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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Eu também

Outro dia alguns amigos estavam revoltados com o vídeo abaixo. Mostra filhas do Edir Macedo rindo de uma desgraça:




Não me ofendi com o que elas fizeram. Primeiro porque também gosto de humor negro, sarcasmo e detesto o politicamente correto.

E eu também estou o tempo todo vendendo a imagem de uma pessoa que não sou.
E eu também condeno o tempo todo os outros por atos que faço com frequencia.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A infelicidade é o mal do século XXI

Renato Russo cantou que o mal do século é a solidão, agora eu digo que o mal do século XXI é a infelicidade. Estou impressionando com a quantidade de amigos que estão somatizando problemas emocionais como ansiedade e estresse com dores de cabeça que não passam, taquicardia, falta de ar, refluxos estomacais entre outras mazelas. Muitos estão fazendo terapia como tentativa de amenizar a insatisfação com a própria vida.

Penso muito a respeito, em determinado momento também frequentei a sala de um terapeuta tentando resolver alguns problemas da vida que de uma hora para outra começou a parecer mais complexa do que costumava ser.

Identifiquei duas principais causas da infelicidade nos meus amigos. A primeira tem a ver com a visão da sociedade para o que é uma pessoa de sucesso. Se você não é alto executivo de uma multinacional e troca de carro todo ano, você não é ninguém.

Não vou me alongar neste tópico, Roberto Shinyashiki, em entrevista para a Isto É, explica magistralmente como isso é fonte de sofrimento para as pessoas. É um texto que releio com freqüencia, veja um trecho abaixo:

Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. (leia e entrevista completa)

A segunda causa está relacionada com a moral cristã que tanto nos fode. Cada dia que passa odeio mais o cristianismo e suas várias denominações, que transformou o sexo e demais prazeres da vida em pecado, que diz que devemos ter medo de deus. Quem, em sã consciência, quer viver com medo e travar uma batalha diária contra os instintos, levando uma vida carregada de culpa? Religião é uma merda, deveria libertar as pessoas, e não torná-las escravas.

É comum me falarem que Jesus morreu por mim. Por que tenho que me sentir culpado por uma morte que aconteceu há dois mil anos e de uma pessoa que nem conheci? Se Jesus tivesse falado comigo, eu diria: - amigo, pára com essa história de que você é filho de deus. Se quiser ajuda para fazer uma revolução contra os romanos, eu ajudo, mas essa historinha de que você é filho dele é muito difícil de engolir. Vamos ali beber uma cerveja gelada.

Como disse Ricardo Coimbra, se Jesus tivesse morrido num sofá o mundo seria mais leve.


Também vejo muitos casais levando uma vida infeliz porque estão presos nessa falácia de que não se pode ter prazeres com alguém que não o cônjuge, que quando se ama não pode ter tesão por outra pessoa, que casamento requer a desistência da individualidade entre outras baboseiras. Homem e mulher levando uma vida em conjunto sem conversar, sem transar, apenas por convenção de origem cristã.

Some-se a isso a ilusão de que só é possível ser feliz com um par romântico, que somos seres incompletos e que precisamos de alguém para nos preencher e temos um prato cheio para a infelicidade.

Fico imaginando como seria o mundo caso o imperador romano Constantino não tivesse se convertido ao cristianismo, uma sociedade na qual nossos prazeres não precisassem ser reprimidos, sem culpa e medo. Levaríamos a vida de outra forma, mais feliz e leve.

Existem ainda muitas outras causas pela insatisfação com a vida. Podemos citar também o culto ao corpo perfeito, inatingível para a maioria da população.

Realmente estou assustado com a quantidade de pessoas insatisfeitas com a própria vida.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Reconciliações improváveis

Certa vez estava esperando um amigo no play do prédio e fiquei observando algumas crianças que brincavam. As brigas eram constantes, acontecia de uma pegar o brinquedo da outra, desentendimento, saía um tapa, choro, mas em poucos segundos as duas tinham feito as pazes e brincavam novamente.

As crianças um pouco maiores também se estranhavam e voltavam a brincar, a única diferença era o tempo gasto para esquecerem suas desavenças, demorava um pouco mais.

Lembrei de amigos mais velhos que por motivos diversos deixaram de se falar, e o que observei naquele play se aplica ao mundo dos adultos. Quanto mais velhos ficamos, mais tempo levamos para superar as brigas. Em alguns casos, pessoas que conviveram durante anos nunca mais se reconciliam, porque a vida não reservará tempo suficiente para que as mágoas partam.

Semana passada um querido fez aniversário e foi muito difícil para ele convidar todos os seus amigos. Pensou em fazer três diferentes comemorações para conseguir que fulano não se encontrasse com ciclano e vice-versa. Acabou convidando todos numa lista não oculta de e-mail, os incomodados que não aparecessem.

Fiquei muito triste em ser o protagonista de uma dessas desavenças. Caso determinada figura estivesse presente eu não iria. Sabendo disso, para evitar uma situação constrangedora, meu desafeto preferiu não ir. No dia anterior, arrependido de ter feito tal condição, pedi para minha digníssima avisar que não me incomodaria, não queria ser o responsável por evitar o encontro entre dois grandes amigos, ainda mais na festa de aniversário de um deles, mas ela achou melhor deixar como estava. Talvez tenha sido melhor assim, certamente ficaria um clima desagradável e não conseguiria me divertir tanto quanto me diverti.

Sinceramente gostaria de poder superar esses problemas e levar uma vida de forma diferente, ainda mais no meu caso, cujo antagonista é uma pessoa que de alguma forma eu gosto e sei que não se trata de nenhum sacana ou filho da puta, muito pelo contrário. Talvez eu esteja errado, posso estar tecendo elogios para alguém que me sacaneou de uma forma que eu ainda não tenha tomado conhecimento, mas, apesar de não achar que seja o caso, prefiro evitar sentimentos ruins ignorando a verdade.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Doutor, é grave?

Estou gostando muito desta música da Pitty. Doutor, é grave?




Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar
Te vejo sonhando e isso dá medo
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar ao menos mande notícias
Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres e outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se
curam (não)
E essa abstinência uma hora vai passar

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Os riscos da monogamia


Durante muito tempo, e ainda hoje, líderes religiosos e demais conservadores comparavam os bordéis ao sistema de esgotos da cidade: nojentos, mas importantes para a manutenção da vida na sociedade. Eram com as prostitutas que os homens descarregavam a pressão represada no casamento, sendo assim possível a manutenção do status quo.

Relações extraconjugais sempre existiram, e acho uma insanidade termos que conviver com isso com culpa, como se fosse um desvio de caráter que deve ser combatido, um defeito. Isso só traz sofrimento. Felizmente, novos modelos de relacionamento são cada vez mais comuns e eu sou prova disso.

Em entrevista publicada no site da Folha de São Paulo, o psicanalista britânico Adam Phillips fala sobre os perigos da monogamia. Destaquei abaixo duas perguntas:

O senhor diz que uma sociedade sem a possibilidade de infidelidade seria perigosa...

Seria uma mentira. Colocaria pressão demais nos casais, obrigando um a ser tudo para o outro. É uma demanda moral irrealista. Outro perigo é a monogamia acabar com o desejo e virar uma prisão.

Acha a sociedade hipócrita em relação à monogamia?

Sim, se ela afirmar que é a única forma boa de relação para todos e o tempo todo. Mas hoje também há muita gente dizendo que toda relação monogâmica é hipócrita, o que não é verdade. Para alguns, é um desejo genuíno, uma experiência real.

Leia a entrevista aqui.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Sobre amor e tesão

É possível amar muito uma pessoa e sentir desejo por ela. Ou não sentir desejo nenhum. Também podemos sentir muito tesão e não amar a pessoa.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A Cama na Varanda e tendências

Minha digníssima sogra leu A Cama na Varanda, que deixei estrategimante largado na casa com a esperança de despertar o interesse em alguém. Ela gostou muito, disse que como autoajuda era ótimo. Na hora não entendi o comentário, que achei até ofensivo, já que detesto este tipo de literatura. Mas depois percebi que ela tinha razão.

Os textos da Regina foram importantes para acabar com a dissonância cognitiva na qual me encontrava. Toda mudança de valores é difícil, sempre buscamos informações que reforcem a decisão tomada, mas sofremos bastante até atingirmos a traqüilidade e a certeza de que fizemos a melhor escolha. Como já contei, minha digníssima e eu abrimos nossa relação e demorei até aceitar completamente, por mais que achasse resolução adequada. Por isso A Cama na Varanda me ajudou, apresentando idéias de vinham de acordo com essa nova situação da minha vida.

Os escritos da Regina apresentam sua experiência em muitos anos como terapeuta de casais. Suas afirmações possuem poucas bases científicas, citando uma ou outra pesquisa, em sua maioria estrangeira. Ela é bem pragmática, fazendo recomendações de acordo com os casos que atende em seu consultório. Isso não tira o mérito de sua análise, apesar do método científico ainda ser o mais confiável, até porque o universo analisado faz parte do nosso dia-a-dia, temos contato direto com o objeto da pesquisa através do convívio com nossos cônjuges e amigos.

A edição atualizada do livro traz um adendo sobre as tendências de relacionamento, como as pessoas lidarão com o amor e sexo num futuro não muito distante. Esta análise é feita através, principalmente, da observação de alguns grupos com comportamento díspare da média e reportagens veiculadas na mídia, nacional e estrangeira. A matéria abaixo, que passou hoje no Bom Dia Brasil, é um exemplo do material utilizado por ela em sua pesquisa.

Não vou fazer muitos comentários sobre a reportagem, mas é apenas mais um indício de como nos comportaremos com nossos amores e amantes.

Para comprar o livro A Cama na Varanda, visite minha lojinha no Facebook. Tá em promoção.




Atualização: nesta sonora, Regina Navarro fala sobre as alterações que o casamento sofreu nas últimas décadas.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Tabela do casamento

O anedotário popular está cheio de histórias sobre a sofreguidão que é o casamento, o quanto o relacionamento muda depois que a aliança troca de mão. Depois que comecei a ler mais sobre o assunto, percebi que existe um fundo de verdade em todas as piadas.

Veja a tabela abaixo. Você concorda que existe uma radical mudança na forma como o casal lida depois do casamento?



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Viva a Putaria

Conversando com algumas amigas, chegamos a conclusão que é impossível, atualmente, ser monogâmico. Listamos casais de amigos em relacionamentos duradouros e foi impressionante o percentual daqueles que já tocaram atabaque em outros terreiros.

Um amigo estava numa festa e recebeu uma cantata. Ele negou, fazendo um sinal com as mãos indicando que já era comprometido. Seu affair, de longe, disse: - eu também!

Isso reflete muito a situação dos relacionamentos. Claro que tenho amigos casados, tendo filhos, que levam uma vida monogâmica dentro dos padrões, mas duvido fortemente da felicidade sexual deles. Alguns, inclusive,  não escondem que vivem juntos apenas por medo e comodidade, não tendo mais nenhum contato carnal com seu cônjuge. Muito triste.

O vídeo abaixo é um trecho do filme Meteoro, produzido e protagonizado pela amiga Madu Saldanha.




quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Poliamor

Ontem fui a 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul que está acontecendo no CCBB e assisti o documentário Poliamor, que entrevista três casais que resolveram se relacionar num modelo diferente dos tradicionais.

Identifiquei quatro modelos de relações que atualmente são aceitos pela sociedade: ficar, namorar, noivar e casar. Assim como a "ficada" é um fenômeno recente, da minha geração, o poliamor está surgindo como alternativa e, apesar de assustar muita gente, tem dado certo para muitos casais.

Assim como podemos amar muitos amigos, irmãos, filhos e demais parentes, é possível amar mais de um companheiro(a) simultantemante. Os adeptos do poliamor não negam essa possibilidade e vivem esses amores. Quando questionada sobre como fazia para conseguir tempo e dar atenção para dois homens, uma das entrevistadas responde perguntando como o entrevistador conseguiu se dividir entre o pai e a mãe durante a infância. Acho que essa pergunta resume bem a idéia do poliamor. Sempre amamos nossos pais, irmãos, tias, tios e amigos sem que isso fosse algo conflitante, por que amar duas pessoas como companheiros deve ser?

O poliamor já é um movimento organizado, com seus adeptos organizando eventos e formas de divulgar essa nova matriz de relacionamento humano. É diferente de um relacionamento aberto. Para saber mais, leia a página da wikipédia sobre o assunto.

Fico feliz em viver numa época em que essas novas configurações familiares são possíveis. Além do poliamor, as famílias formadas por casais homossexuais aos poucos vão conquistando lugar na sociedade e dentro de alguns anos não serão mais consideradas aberrações. Eu não toparia algo do tipo, mas acho ótimo que existam muitas possibilidades.

Assista abaixo o documentário:




Poliamor from Zé Agripino on Vimeo.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Síndrome de Charlie Brown



Recentemente uma brincadeira tomou conta do Facebook: imagens de desenhos animados na foto de perfil. Depois de uns dias sem saber qual personagem utilizar, já que o personagem deveria de alguma forma retratar a pessoa, optei pelo Charlie Brown.

Vez por outra sou acometido pela Síndrome de Charlie Brown (como agora), que, segundo minha interpretação, é quando me sinto a pessoa mais feia e incompreendida do mundo. Minha total inapetência para atividades esportivas e amores nunca correspondidos contribuiam para tal estado de espírito. Isso acontece com certa freqüência (pelo menos com freqüência maior do que eu gostaria), mas acabei de descobrir que essa síndrome, que eu achava ter criado, já existe, mas com um outro significado.

Para quem não se lembra ou não conhece, é o garotinho do desenho animado Snoopy que vivia disputando as competições para chamar a atenção da garotinha ruiva, mas sempre que estava na frente, vencendo, se distraía e, então, perdia o foco, o objetivo traçado, e acabava ficando em último lugar.

Também descobri que leva esse nome o amor inconseqüente por ruivas.

De alguma forma, isso tudo faz ainda mais sentido.



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A monogamia funciona?

Mais um texto da Regina Navarro (link): 

Um dos pressupostos mais aceitos em nossa sociedade é o de que o casal monogâmico é a única estrutura válida de relacionamento sexual, sendo tão superior que não necessita ser questionado. Na verdade, nossa cultura coloca tanta ênfase nisso, que uma discussão séria sobre o assunto dos relacionamentos alternativos é muito rara.  
As sociedades que adotam a monogamia têm dificuldades em comprovar que ela funciona. Ao contrário, parece haver grandes evidências, expressas pelas altas taxas de relações extraconjugais, de que a monogamia não funciona muito bem para os ocidentais. Portanto, uma vez que nós humanos nos damos tão mal com a monogamia, outras estruturas de relacionamento, livremente escolhidas, também devem ser consideradas.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

33 Coisas que os Relacionamentos nos Ensinam

Gostei do texto e estou copiando. Para ler o resto, clique aqui.

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Todo relacionamento – seja ele bom ou ruim, nos traz experiências. Há, inclusive, certas coisas que só é possível aprender quando estamos vivendo lado a lado com outra pessoa. Eis algumas delas:

1. Se você não dá abertura para o diálogo, mentiras são inevitáveis.

2. Carinho não é algo que se pede – se ganha.

3. Ninguém é obrigado a gostar da gente.

4. Sexo com intimidade é infinitamente melhor.

5. Confiança é a base dos relacionamentos. Se ela não for bem sólida, cedo ou tarde tudo desmorona.

6. Você não tem o direito de tentar mudar o outro.

7. Sexo pra fazer as pazes pode ser gostoso, mas não há sensação melhor do que não ter que chegar nesse ponto.

8. Se o outro quiser, ele vai te trair. Cuide do seu relacionamento para que ele não queira.

9. Quem não consegue viver bem sozinho, jamais conseguirá viver bem em parceria

10. As melhores declarações de amor são demonstradas nas atitudes mais simples.

11. Experiências são sempre melhores que presentes materiais.

12. Sexo exige um esforço mútuo. O esforço do outro vai ser proporcionalmente igual ao seu.

13. Algumas pessoas são viciadas em brigas. Não há o que fazer, a não ser se afastar delas.

14. Ciúme é a desculpa dos egoístas.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Uma música

Ao contrário dos meus amigos, escuto pouca música, mas é impossível não se identificar com alguma quando passamos por certos momentos da nossa vida. A música a seguir reflete exatamente meu atual momento, mas bola para frente, a idéia foi minha. Prestem atenção na letra.


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Relacionamento sem traições

Cada dia que passa vejo que esse modelo de exclusividade é algo que não funciona. Acredito até que nunca funcionou. Meus amigos mais próximos, com relacionamentos longos, quase todos já deram cambalhotas em outros quintais, e desconfio profundamente daqueles que negam. Acabei de descobrir mais um, de uma pessoa que jamais desconfiaria ser capaz de trair.

Por esse motivo minha digníssima e eu não possuimos mais o monopólio sobre a atividade sexual um do outro.  Vivemos sem culpa, sem ciúmes, sem controle. Não que não existam regras, elas existem, e passam principalmente pelo respeito. Não precisamos ficar sabendo o que acontece quando não estamos juntos, e até agora tem dado muito certo.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Encontros

“São muito importantes os encontros com outros, com pessoas ou lugares, porque propiciam inspiração e coragem para se escapar às rotinas tediosas”. Theodor Zeldin
Todo sentido, realmente sair com outras pessoas ajuda a quebrar o tédio e fortalece o relacionamento. Também conhecer outros lugares, fazer coisas diferente. A rotina é uma merda, acaba com qualquer coisa.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Mudanças conscientes positivas

Tenho uma amiga que é dessas que acorda todo o dia feliz por que o sol nasceu novamente. Que acredita que cada dia é especial e diferente, está sempre contente e quer abraçar o mundo, tamanha a quantidade de atividades que realiza: academia, dança de salão, conselhos da não violência, movimento humanista, acampamento na Cinelândia no #OcupaRio entre muitas outras coisas. E se engana quem pensa que ela é feia e mal amada, pelo contrário, ela ainda consegue ser linda e amantes não lhe faltam. Tudo isso sem consumo de álcool, remédios ou qualquer outro psicotrópico.

É a pessoa mais bem resolvida que conheço, e sua realização está longe de ser um salário astronômico e bens materiais. Ela mora numa quitinete com poucos móveis e sem televisão. E o fato de ser uma pessoa realizada não significa que seja acomodada, como já falei, ela é voluntária nos conselhos de não violência em escolas da Baixada Fluminense, que como o nome já diz, objetiva diminiuir a violência entre jovens, está acampada na Cinelândia, discutindo novos modelos econômicos para o mundo, participa dos Pólos de Educação com Cultura Para a Cidadania, é uma das responsáveis pela construção do Parque de Estudos e Reflexões do Rio e mais uma infinidade de coisas.

Quando tenho algum problema, eu entro em inanição, não consigo produzir quase nada. Ela, ao contrário, consegue ficar completamente absorta naquilo que está realizando, uma concentração que eu gostaria de ter. Conversando, me contou que o que ajuda bastante neste resultado é a meditação que pratica pelo menos uma vez por semana num templo budista em Laranjeiras. Um pequeno estudo antecede a prática, na qual um grupo tem que ficar por um determinado tempo tentando limpar a mente de qualquer pensamento. Um dia irei lá, se não gostar pelo menos escreverei um bom artigo.

Além da meditação, existem outras práticas que podem auxiliar as pessoas a conseguir um maior nível de concentração, além de ajudar a rompar barreiras psicológicas que temos e que nos prejudicam a levar uma vida plena. Entre essas práticas estão a programação neuroliguística, o eneagrama, as atividades realizadas nos Parques de Estudo e Reflexão como o Parque Caucaia entre outras.

Um dia, quando tiver dinheiro e tempo, vou fazer um treinamento em eneagrama com Khristian Paterhan. Consiste em encontros mensais, sempre em um parque, com diversos exercícios para aprendermos a identificar nossos defeitos e diminuí-los, deixando de lado a máscara da nossa personalidade e entrar em contato com nossa essência. Meio gay, não é? Pois é, a única coisa que me deixa com receio é a forma esotérica com que o tema é abordado.

O eneagrama é um sistema de classificação de personalidades. Tenho alguns livros sobre o assunto e já tinha identificado vários dos meus defeitos nessas leituras, mas só consegui fazer algo para mudar depois da terapia. Foi nesse momento que iniciei pequenas mudanças na minha vida, mas que vão me auxiliar em mudanças maiores no futuro.

Cogito também buscar treinamentos na área de programação neuroliguística na SBPNL, que é ciência, método pelo qual me interesso muito mais. Vamos ver.

Mas independente disso, iniciei pequenas mudanças. Já contei no Ilhados sobre as aulas de dança de salão que estou fazendo. Meu objetivo maior não é aprender a dançar, mas me livrar da barreira psicológica que me impede de ter maior controle sobre meu corpo. Também me inscrevi num curso de caligrafia, e não pretendo fazer uma renda extra confeccionando convites de casamento. O que quero, na verdade, é ter maior concentração na prática de atividades manuais que necessitam de concentração e paciência. Minha digníssima perguntou em que isso ia me ajudar. Na prática, em nada, não quero fazer artesanato para vender em Ipanema, mas romper mais esse pequeno obstáculo vai me ajudar a romper outros maiores no futuro.

O objetivo desse texto é fazer você entender que, através de uma prática mental consciente, conseguimos superar muitos problemas que atravancam nossa vida. Essa prática pode ser qualquer uma das citadas acima ou as muitas outras disponíveis. Está sendo importante para mim, e queria compartilhar isso com todos e, principalmente, com minha digníssima. Quero que ela perceba e também se esforce um pouco neste sentido, para que nossa vida conjunta seja cada dia melhor e que nossos problemas sejam solucionados.

Abaixo, duas tiras sobre relacionamento para descontrair.


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tendências

Tendência identificada por Regina Navarro

Acredito que no futuro, casais poderão viver muito bem juntos, sem que isso impeça que sua vida amorosa se multiplique com outros parceiros.

O amor é infinito

Se é possível amar vários amigos, vários filhos e irmãos, por que não podemos nutrir esse mesmo sentimento por mais de uma pessoa como amante e companheiro? Quando conhecemos alguém e com o tempo nos tornamos amigos ao ponto de amá-lo, não precisamos deixar de amar outra pessoa para que a nova se encaixe em nossa vida.

Mas a sensação de que algo está errado ainda é forte, por mais que tentemos diariamente deixar o modelo tradicional de relacionamento. É foda!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Nada é mais prazerosos do que a companhia de alguém que realmente quer ficar do seu lado

Minha cabeça está muito tranquila, por isso não tenho escrito aqui. Quando comecei este blog, o objetivo era me ajudar a esclarecer alguns conflitos, mas como já não os tenho, pelo menos não em nível pertubardor, ele está largado. Ainda tenho algumas coisas que quero contar, mas tudo no momento certo.

O que me vez retornar aqui agora foi um diálogo que presenciei na fila das vans para Ilha. Uma menina ao celular tentava se justificar com o namorado / noivo / marido porque não tinha atendido na hora em que ele ligou. Eram as mesmas razões de sempre, o telefone estava dentro da bolsa, ela estava na rua, não escutou, blá blá blá. Ela ficou visivelmente irritada com a situação, e o infeliz do outro lado da linha ainda se fez de vítima, deixando a menina se sentir culpada.

Como lamentei por eles, principalmente por já ter sido o protagonista em situações como aquela. Já liguei diversas vezes para minha digníssima querendo saber onde ela estava, com quem estava, que horas iria voltar, porque não me atendia e todas as outras encheções de saco. Hoje tenho plena consciência do quanto aquilo contribuiu para o desgaste da nossa relação, culminando em breves separações seguidas de promessas de mudança.

Mas muita gente agüenta esses conflitos porque acredita que não pode existir prazeres individuais numa vida a dois. O relacionamento é algo possessivo, um pertence ao outro, criando uma situação sufocante que pode até levar ao ódio em alguns casos. Mas, por acreditar que o relacionamento é feito de concessões, acabam levando a vida de forma insatisfeita, deixando de usufruir tudo que ela pode oferecer.

Hoje sei que não sou dono da minha digníssima, e que nem eu nem ela somos suficientes para suprir todas as nossas necessidades. Não exercemos mais esse tipo de controle, temos um relacionamento livre, porque a liberdade é a coisa mais preciosa que temos. Se você realmente ama alguém, deixe-a livre. Nada é mais prazerosos do que a companhia de alguém que realmente quer ficar do seu lado, não apenas por convenção ou obrigação. Se relacionar com outras pessoas é saudável, e se ela volta no dia seguinte é um bom sinal. Bom não, excelente.

Recomendo muito a leitura do livro A Cama na Varanda, de Regina Navarro. Você pode comprar na minha lojinha do Facebook. Pretendo, em breve, escrever uma postagem sobre todos os livros sobre relacinamento que já li.

sábado, 24 de setembro de 2011

Casamento: onde menos se faz sexo

Mais um esclarecedor artigo da Regina Navarro.

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Miriam, 29 anos, chegou ansiosa ao meu consultório: “Sou casada há três anos, amo muito meu marido; não consigo imaginar a vida sem ele. É meu melhor amigo e companheiro. Gosto quando ficamos juntos, abraçados ternamente, ele fazendo cafuné na minha cabeça. Mas, ao primeiro sinal de um carinho mais sexual, uso algum pretexto para me afastar. Não desejo fazer sexo com ele de jeito nenhum. Durante nosso namoro e no início do casamento eu gostava muito, mas agora só a ideia já me desagrada. Não conto isso para ninguém. A família e os amigos nos veem como exemplo de um casamento perfeito.”

Paulo, 38 anos, casado há sete, está desanimado: “Amo demais a minha mulher. Nossa vida é ótima; pensamos de forma parecida e nunca brigamos. Mas vivo um problema sério: Laís nunca quer fazer sexo. Sempre arranja uma desculpa para escapar. Namoramos durante cinco anos, e você acredita que o sexo era o ponto alto da relação? Não entendo porque mudou tanto. Já faz mais de dois meses que transamos a última vez. Se eu não insistir, acho que ela nunca vai se lembrar que sexo existe. Não gostaria de procurar outra mulher nem de me separar, mas estou cansado de só ter prazer me masturbando.”

Os exemplos acima representam o que ocorre em grande parte dos casamentos. É muito maior do que se imagina o número de mulheres que fazem sexo com seus maridos sem nenhuma vontade. Dor de cabeça, cansaço, preocupação com trabalho ou família são as desculpas mais usadas. Elas tentam tudo para postergar a obrigação que se impõem para manter o casamento. Quando o marido se mostra impaciente, o carinho que sente por ele, ou o medo de perdê-lo, faz com que a mulher se submeta ao sacrifício. Há algumas décadas, o filósofo inglês Bertrand Russell afirmou: “O casamento é para as mulheres a forma mais comum de se manterem, e a quantidade de relações sexuais indesejadas que elas têm que suportar é provavelmente maior no casamento do que na prostituição.”

O sexo no casamento tem uma longa história. No início do Cristianismo, os pais da Igreja não viam nenhum aspecto positivo no vínculo conjugal, nem achavam que o afeto entre marido e mulher era algo desejável. Paulo, no século I, estabeleceu os fundamentos de que o celibato era superior ao casamento. Para ele, a relação sexual, mesmo no casamento, seria um obstáculo no caminho da salvação (I Cor. 7:32-34). O sexo, aceito apenas para procriação, só estaria isento de pecado se não houvesse prazer.

Ter filhos era um dever do casal. Até meados do século XIX, quando o amor ainda não fazia parte do casamento, havia uma regra para a vida a dois. Era o dever conjugal a ser cumprido, principalmente na cama. Caso um dos dois cônjuges recusasse o ato sexual, recorria-se ao confessor, que censurava e podia negar a absolvição e a comunhão.

Da mesma forma que antes deveria ficar em segredo o ardor entre o casal, se houvesse, agora se tenta ocultar a diminuição ou o término do desejo sexual entre marido e mulher. Essa questão só passou a ser problema — o maior enfrentado pelos casais — quando, recentemente, o amor e o prazer sexual se tornaram primordiais na vida a dois e se criaram expectativas em relação a isso. Jornais, revistas e programas de tevê fazem matérias, tentando encontrar uma saída para a falta de desejo sexual no casamento. Como resolver a situação de casais que, após alguns anos de vida em comum, constatam decepcionados terem se tornado irmãos?

Alguns dizem que é necessário quebrar a rotina e ser criativo. As sugestões são variadas: ir a um motel, viajar no fim de semana, visitar uma sex-shop. Mas isso de nada adianta. O desejo sexual intenso é que leva à criatividade, e não o contrário. Quando não há desejo, a pessoa só quer mesmo dormir. Quem se angustia com essa questão sabe que desejo sexual não se força, existe ou não.

A falta dele no casamento nada tem a ver com falta de amor. Muitas mulheres, como Miriam, amam seus maridos, só não sentem mais desejo algum por eles. O sofrimento da mulher é maior quando ela reconhece no parceiro um homem inteligente, generoso, afetivo, e o mais doloroso de tudo: um homem que a ama e a deseja. Nesses casos é comum ouvirmos lamentos do tipo: “Nunca vou encontrar ninguém parecido.” E com medo do novo, de ficar sozinha, pode acabar optando por uma relação assexuada, até convencendo o marido que sexo não é tão importante.

O número de homens que perdem o desejo sexual no casamento é bem menor do que o de mulheres. Para cada homem que não tem vontade de fazer sexo há pelo menos quatro mulheres nessa situação. Alguns fatores podem contribuir para isso. Em primeiro lugar, o homem, na nossa cultura, é estimulado a iniciar a vida sexual cedo e se relacionar com qualquer mulher. Outra razão seria a necessidade de expelir o sêmen e, por último, a sua ereção seria mais rápida do que a da mulher, na medida em que necessita de menos quantidade de sangue irrigando seus órgãos genitais.

Não é necessário dizer que existem exceções, e que em alguns casais o desejo sexual continua existindo após vários anos de convívio. Mas não podemos tomar a minoria como padrão. Por que o desejo acaba no casamento? Mesmo que os dois se gostem, a rotina, a excessiva intimidade e a falta de mistério acabam com qualquer emoção. Busca-se muito mais segurança que prazer. Para se sentirem seguras, as pessoas exigem fidelidade, o que sem dúvida é limitador e também responsável pela falta de desejo. A certeza de posse e exclusividade leva ao desinteresse, por eliminar a sedução e a conquista. Familiaridade com o parceiro, associada ao hábito, podem provocar a perda do desejo sexual, independente do crescimento do amor e de sentimentos como admiração, companheirismo e carinho.

E o que fazer quando o desejo acaba? Essa é uma questão séria, principalmente para os que acreditam ser importante manter o casamento. É fundamental todos saberem que na grande maioria dos casos não se trata de problema pessoal ou daquela relação específica, e sim de fato inerente a qualquer relação prolongada, quando a exclusividade sexual é exigida. Essa informação pode evitar acusações mútuas, em que se busca um culpado pelo fim do desejo. O preço é a decepção de ver se dissipar a idealização do par amoroso. No entanto, a partir daí fica mais fácil cada um decidir o que fazer da vida.

As soluções são variadas, mas até as pessoas decidirem se separar há muito sofrimento. Alguns fazem sexo sem vontade, só para manter a relação. Outros optam por continuar juntos, vivendo como irmãos, como se sexo não existisse. E ainda existem aqueles que passam anos se torturando por não aceitar se separar nem viver sem sexo.

Falta uma reflexão a respeito do modelo de casamento vivido na nossa cultura. Nega-se o óbvio: o desejo sexual por outras pessoas constitui parte natural da pulsão sexual. Quando essa mentalidade mudar, as torturas psicológicas e os crimes passionais certamente diminuirão, assim como inúmeros outros fatores que geram angústia.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Separação e orgarmos

Tenho recebido uma dose cavalar das idéias de Regina Navarro. A produção dela é muito alta, o tempo todo tem postagens no Twitter, artigos em jornais, colunas em rádios e estou lendo A Cama na Varanda, o que tem me ajudado muito a mudar vários dos meus conceitos com relação aos relacionamentos. O livro é sensacional, e já coloquei outros na minha lista.

Minha digníssima e eu voltamos a ficar juntos, mas nosso problema ainda não foi resolvido. Tenho pesquisado bastante e li opiniões de diversos especialistas, cada um com sua fórmula e seu modelo. De todos, as idéias da Regina parece a que mais se aplica ao meu caso. Ainda não quero contar aqui o que aconteceu, mas farei isso em breve.

Fiquem com mais uma coluna dela na Rádio Metrópole, na qual ela conta dois casos comuns em seu consultório.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O efeito nocivo da repressão

Mais um texto da Regina Navarro publicado no Twitter:

O efeito nocivo da repressão> Muito se fala dos perigos de uma relação extraconjugal, mas pouco é dito sobre os efeitos nocivos da repressão dos desejos. Reich analisa os prejuízos causados às pessoas envolvidas e à própria relação. “Quando o desejo por outros parceiros se tornam mais prementes, afetam a relação sexual existente, nomeadamente, no sentido de acelerar o enfraquecimento do desejo sexual pelo cônjuge. A relação sexual torna-se progressivamente um hábito e um dever. A diminuição progressiva do prazer obtido com o parceiro e o desejo de outros objetos somam-se e reforçam-se mutuamente. Esta situação não pode evitar-se ou iludir-se por meio de boas intenções ou de “técnicas amorosas”.
É nesta altura que se manifesta um estado crítico de irritação contra o outro, irritação que, conforme o temperamento de cada um, se exterioriza ou é reprimida. Em qualquer dos casos, e conforme demonstra a análise de situações desse gênero, gera-se e desenvolve-se sem cessar um ódio inconsciente contra o outro, pelo fato de ele impedir a satisfação, frustrar, os outros desejos sexuais. Em tal caso, não se tem qualquer razão pessoal e consciente para odiar, entretanto, sente-se nele, e mesmo no amor que por ele se tenha, um obstáculo, um peso.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Digníssima em BSB

Digníssima está em Brasília, passará dez dias a trabalho com um espetáculo. Está sendo bom passar esse tempo longe depois de tudo que aconteceu.

O final de semana foi bem movimentado, RPG, dança de salão, passeios e voltas de bicicleta, muita leitura. Se fosse há algumas semanas, provavelmente teria ficado na frente do computador com o relógio demorando a rodar.

O próxima final de semana será igualmente ocupado. Domingo será realizado o Dia Mundial Sem Carro no Aterro do Flamengo com um grande passeio ciclístico. Um amigo vai ver quanto fica uma kombi para levar algumas pessoas até lá, tô dentro. Já me inscrevi e peguei minha camiseta.

Apesar da saudade, o tempo está passando bem rápido.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O pior dia

Este texto foi escrito antes de voltarmos. Fica o registro.

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É isso. Depois de quase nove anos, minha digníssima e eu estamos nos separando. Apesar de ter sido de forma amigável, toda separação é difícil. Estou mais magro e sem saber o que fazer.

Escrevo estas linhas no computador do quarto que por tanto tempo compartilhamos. Para trás ficarão bons momentos e as minhas chaves na mesa cozinha.

Foram com as palavras acima que comuniquei minha separação no Facebook. Foi o pior dia, entrar no quarto onde tantos momentos vivi e colocar minhas roupas, livros e DVDs dentro de sacos. Foi foda. Deixei uma carta na cama, as chaves na mesa, dei um longo abraço na minha cunhada e saí.

As chaves estão comigo novamente, mas o resto das coisas ainda estão lá. A digníssima ficou de devolver mas ainda não o fez. Tá sendo difícil para ela também, talvez esteja esperando a poeira baixar mais um pouco para ter coragem de ir lá em casa.

Ainda temos muito amor um pelo outro, e por incrível que pareça isso só dificulta as coisas. Os gregos antigos que eram sábios (não sei como estão agora, mas se levar em conta só a economia parece que não são muito). Eles possuiam três palavras distintas para o amor: eros, philia e ágape.

Eros é o amor romântico, de natureza sexual. Philia é o amor entre amigos, família e comunidade. É desapaixonado. O ágape tem feição mais ampla, é o sentimento não carnal entre cônjuges (fonte).

A merda toda aconteceu quando nós, ocidentais, juntamos esses três sentimentos distintos num só. Este texto do Casal Sem Vergonha explica bem o que quero dizer, não fomos educados para separar amor de sexo. Regina Navarro fala a mesma coisa nesta coluna e nestas postagens. Será que é possível um casal viver feliz e junto tendo, eventualmente, outros parceiros sexuais? Minha razão diz que sim, mas na prática a teoria é diferente.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Sei que

O texto abaixo escrevi para minha digníssima há pouco mais de dois anos, durante uma breve briga na qual nos afastamos por alguns dias:

Sei que você não vive sem queijo, café e pipoca;
Sei que você odeia mamão, abobrinha e coisas artificiais de morango;
Sei que você tosse quando limpa o ouvido;
Sei que você adora bichos;
Sei que seu programa de TV favorito é Friends;
Sei que você não vive se estiver longe do palco;
Sei que você faz excelentes macarrões;
Sei que você quer fazer uma lipo;
Sei que você quer aprender a tocar carron;
Sei que você adora cafuné na hora de dormir;
Sei que você adora a panqueca da minha mãe e makimono de polvo;
Sei que você fala paulistês quando bebe;
Sei que você baba quando dorme;
Sei que você tem plica no joelho;
Sei que você já dançou vestida de pirulito;
Sei que você não queria que seus avós morassem tão longe;
Sei que você tem alergia a camarão;
Sei que você gosta mais de televisão do que de rádio;
Sei que você adora verde;
Sei que você adora os livros de Marion Zimmer Bradley;
Sei que você dorme com a TV ligada;
Sei que você ama dançar;
Sei que quando você começa a assistir um seriado, só sossega depois que terminar tudo;
Sei que você queria que a Barra fosse mais perto;
Sei que você odeia quanto te chamam pelo diminutivo;
Sei que seu final de semana é na segunda;
Sei que você adora ir à locadora;
Sei que você decora um texto numa viagem de ônibus;
Sei que você faz pátina quando pinta a unha;
Sei que você detestou pedagogia;
Sei que você adora musicais;
Sei que você adora os quadrinhos do Garfield;
Sei que você sente cócegas na barriga;
Sei que você consegue se maquiar dentro de um carro em movimento;
Sei que você adora vinho vagabundo;
Sei que você adora videokê;
Sei que você adora meias coloridas;
Sei que você detesta massagear alguém;
Sei que você não consegue ficar mais que 20 minutos na internet;
Sei que você prefere chocolate preto do que o branco;
Sei que na sua casa terá pinguins, totós, hipopótamos e focas;
Sei que seu futuro será brilhante;
Sei que levei seis anos para saber tudo isso sobre você;
Sei que sinto muita saudade;
Sei que te amo.

Pouco tempo depois, na comemoração de meu aniversário num bar, ela leu para todos a sua versão do texto. Felizmente minha cunhada conseguiu filmar um trecho da declaração. Assista abaixo:



Não foi lindo?

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sociedade ocidental

Minha digníssima fez uma peça na qual interpretava uma terapeuta que em certo momento fazia uma palestra para mulheres. Começava a fala da seguinte forma:

- A sociedade judaico-cristã ocidental, culpabilizada, de mandamentos retrógrados...

Hoje em dia qualquer linha parecida com a acima é um clichê e morro de rir toda vez que alguém tenta usá-la numa frase séria. Mas ainda assim é cheia de significados.

A maldita Igreja Católica transformou o sexo e a busca pelo prazer em pecado, associando os três amores gregos em apenas um. Por mais liberal que nossas criações tenham sido, ainda carregamos esse fardo nas costas, com grande dificuldade em separar o amor do sexo. O desejo por outros parceiros é natural, e isso não significa que a vida a dois possa ser interrompida, pelo contrário, é tudo um aprendizado que só fortalece os momentos de intimidade do casal. Isso não quer dizer que o contrário também pode ser verdadeiro, com a exclusividade funcionando muito bem para ambos.

Enquanto escrevia esse texto, Regina Navarro postou no Twitter o link para sua entrevista a Marília Gabriela no qual, coincidentemente, fala sobre tudo isso e muito melhor que eu. Recomendo a todos.









terça-feira, 6 de setembro de 2011

Bem-vinda M

Publiquei o texto abaixo em 2008 no Ilhados:
Foi bom enquanto durou. Não sei exatamente quantos anos foram, mas sei que foram muitos. Sua chegada marcou um momento muito importante na minha vida. Deixei de ser criança com sua chegada.

Agora você me abandona dessa forma. Nosso relacionamento não estava muito bom já há algum tempo, mas mesmo assim eu insisti. Mantive você comigo, mesmo com todos os incômodos que me causava.

Não sei se voltaremos. Acho impossível uma reconciliação. Do jeito que está, só daqui a muito tempo, com muito esforço e dedicação.

Adeus M. Inicio uma nova fase na minha vida. De agora em diante, só comprarei camisetas tamanho G.

Resolvi resgatar esse texto por dois motivos:

1) Depois do lento processo de reeducação alimentar que comecei após o carnaval e dos meus recentes exercícios com a bicicleta, voltei a vestir tamanho M.

2) O nome da minha digníssima começa com M, e na época alguns amigos comentaram que ao iniciar a leitura da crônica acharam que tínhamos terminado. Como recentemente ficamos uma semana separados, esta outra M da minha vida também voltou.

Sejam ambas bem-vindas!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Twitter da Regina Navarro

Recomendo muito seguirem a Regina Navarro no Twitter. Seguem dois de seus textos:

Exclusividade sexual

Apesar dos conflitos, medos e culpas, da expectativa dos parentes e amigos, dos costumes sociais, e dos ensinamentos estimularem que se invista toda a energia sexual em uma única pessoa — marido ou esposa —, homens e mulheres são profundamente adúlteros. O conflito entre o desejo e o medo de transgredir é doloroso. Mas reprimir os verdadeiros desejos não significa eliminá-los.

W.Reich afirma que todos deveriam saber que o desejo sexual por outras pessoas constitui parte natural da pulsão sexual. Provavelmente diminuiriam as torturas psicológicas e os crimes passionais, e desapareceriam também inúmeros fatores e causas das perturbações psíquicas que são apenas uma solução inadequada desses problemas.

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Estamos no meio de um processo de profunda mudança das mentalidades, que se iniciou com os movimentos de contracultura das décadas de 60/70. O amor romântico — calcado na idealização e que prega a fusão entre os amantes, com a ideia de que os dois vão se transformar em um só, que cada um vai ter todas as necessidades satisfeitas pelo outro, que nada mais no mundo interessa, que prega que quem ama não transa com mais ninguém — está, felizmente, dando sinais de começar a sair de cena, levando com ele a exigência de exclusividade.

Esse tipo de amor é um terreno propício para a simbiose e a dependência entre o casal. Acredito que podemos nos livrar disso refletindo sobre esses e todos os outros valores equivocados que nos ensinaram e que geram sofrimento.

Além disso, a mudança das mentalidades é lenta e gradual. Provavelmente, uma criança que está nascendo agora daqui a 20 anos não terá mais essa dúvida. Ela vai ser criada num mundo (no Ocidente) em que os valores já estarão bem diferentes.

domingo, 4 de setembro de 2011

Rápida notícia sobre nosso retorno

Para uma melhor experiência, ligue o som do seu computador e aperte o play abaixo:



Como muitos já devem saber, minha digníssima e eu resolvemos nos dar mais uma chance. Gostaria de agradecer e pedir desculpas aos amigos por terem enxugado nossas lágrimas e ouvido nossos lamúrios e infortúnios para depois receber esta notícia.

Não resolvemos nossos problemas, mas nosso diálogo está em um nível mais avançado e conseguimos estipular alguns objetivos concretos que talvez (eu disse talvez) nos ajudem no médio prazo. No curto prazo, para resolver nossas necessidades mais imediatas, tomamos algumas decisões arriscadas e condenáveis.

Este blog continuará. Já tem algumas postagens programadas, mas ainda quero contar o motivo da separação, a terapia de casal que estamos fazendo, como me sairei com meus objetivos traçados quando solteiro (já comecei a dança de salão e minha bicicleta já chegou), quero colocar reportagens e artigos de especialistas em relacionamentos entre outras coisas.

Estou escrevendo este texto correndo, entre o banho no Cachacinha e minha volta de bicicleta. Mais tarde partirei para o Baixo Gávea. Meus domingos, antes disperdiçados na frente deste computador, agora ganharam outros horizontes e o tempo está voando.

Só queria pedir uma coisa aos amigos: acreditem na gente. Que seus conselhos sejam pela manutenção desse relacionamento que apesar de seus problemas, é a melhor coisa que já me aconteceu.

Fiquem com fotos do meu domingo:




As mensagens de apoio

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Tenho passado pelos piores dias da minha vida. Não consigo trabalhar, só quero ficar em casa, tá tudo uma merda. Por conta disso, tenho recebido muitas mensagens de carinho de amigos e leitores. As pessoas se manifestam por telefone, mensagens pelo celular, Facebook, e-mail. Quem nunca passou por isso pelo menos consegue imaginar o que é ao ver amigos que já sentiram na pela a dor de uma separação.

Fiquei impressionado mesmo com a quantidade de mensagem de leitores. Aproximadamente 250 pessoas recebem as atualizações do Ilhados por e-mail, e foi respondendo a postagem na qual anunciei a separação que eles se manifestaram. A maior parte foram apenas desejos de sorte e força, mas alguns pararam para escrever mensagens maiores, procurando palavras de conforto e relatando experiências pessoais. Fiquei feliz em saber que pessoas que nunca encontrei pessoalmente podem ser tão gentis. Quem sabe um dia não organizo um encontro?

Cada um oferece o que tem, e muitos se disponibilizaram a dar um ombro amigo numa mesa de bar para esta pobre alma desolada chorar. Já a Ciça disse que poderia fazer um trabalho de amarração, que recusei, claro. Apesar de estar vivendo no inferno, ainda não consigo acreditar em deus e magias. O estranho é que no dia em que encontrei a digníssima no Karekas, contei essa história. Para minha surpresa, ela gostou da idéia e ainda disse: - Por que não? Assim a gente seria feliz para sempre.

Dá para entender a dor que é perder uma mulher dessa? Pelo sim e pelo não, passei na Ciça e deixei com ela um papel com nossos nomes escritos. Vai que...

Yo no creo en las brujas; pero que las hay, las hay.

sábado, 3 de setembro de 2011

Fui às compras

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Impressionante como até pequenos atos ganham significado quando nos separamos. Outro dia comprei dois cintos, um de couro tradicional e outro moderninho. Estou pensando em queimar o antigo e jogar as cinzas na Praia da Bica, como símbolo de um recomeço.

Nunca fui uma pessoa consumista. Assim como só precisava de um par de tênis, só precisava de um cinto, que estava comigo desde antes de 2002, ou seja, mais antigo que nosso relacionamento. O coitado estava todo estrupiado, em estado calamitoso, mas mesmo assim não via necessidade em trocá-lo. Minhas roupas sempre foram fornecidas pela minha digníssima e pela minha mãe, hábito este que também estou mudando. Obviamente minha aparência foi deixada de lado, não totalmente, mas não procurava me produzir com o esmero necessário para atrair as pessoas. Desnecessário dizer que isso contribui para a separação.

Estou comprando roupas novas e tem sido bem difícil. Em breve irei ao Ilha Plaza Galeria para comprar um sapatênis e uma calça jeans moderninha. Ainda não me acostumei com a idéia do sapatênis, mas "dar um tapa" no visual agora vai me fazer bem.

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A música da postagem foi composta pela amiga e artista Mariane Guerra, uma homenagem a minha digníssima, que é atriz e bailarina.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O abandono e a dor

Regina Navarro Lins é psicanalista uma das terapeutas de casais mais conhecidas do país. Autora de diversos livros, já ajudou milhares de pessoas a colocar a vida em ordem.

No áudio abaixo, ela fala sobre a dor da separação. Me chamou a atenção o comentário final, dizendo que a mudança periódica de parceiros aumenta o desejo sexual, ajudando a manter o relacionamento. Os casais precisam dissociar sexualidade de fidelidade. Interessante.

Como ficamos pela primeira vez

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Há algum tempo (alguns anos) comecei a escrever toda a história do nosso relacionamento. Foi uma análise bem profunda, passando por caminhos que trilhei e que me levaram até minha digníssima. Pensei em apenas pegar este relato e ir postando aqui, mas escrever tudo novamente pode me ajudar a ter outros insites e comparar com a forma como enxergava esse relacionamento no passado.

Como ficamos pela primeira vez

Nos conhecemos num grupo de teatro. Tinha feito um curso de seis meses na Biblioteca Estadual e queria continuar fazendo aulas. Por indicação de uma amiga, fui para esse lugar na Ilha. Usava um cabelo muito esquisito, com cachos feitos com o dedo, uma coisa horrorosa. A primeira vez que ela me viu eu estava bebendo água no bebedouro e vestindo uma calça colorida que tinham me emprestado para a aula. Tempo depois descobrir que a primeira coisa que a digníssima pensou foi: nunca ficaria com ele.

Ela era noiva na época, ia casar e já estava procurando apartamento com o cara. Resolveu ficar comigo apenas para dar o troco ao indivíduo, que não era muito fiel. Depois de um teste para verificar a masculinidade minha e de um amigo (teste que se mostrou infalível), ela me escolheu. Após uma apresentação no teatro, me convidou para ir a um aniversário. Estava muito cansado e declinei o convite. Na mesma noite, por volta de uma da manhã, ela me ligou para avisar que estavam indo para a Praia da Bica e me chamou novamente. Sempre fui muito lesado, não percebi suas intenções. Declinei novamente.

Dias depois aconteceu o segundo turno das eleições presidenciais, na qual Lula foi eleito pela primeira vez (27 de outubro de 2002). Aquele dia foi minha última participação como ativista político. Acordei cedo e fiquei rodando a Ilha com minha bandeira do PT, encontrando amigos, fazendo boca-de-urna, bebendo cerveja. Como a vitória era certa, fui para a Cinelândia comemorar a vitória do operário que virava presidente.

Ela ligou para me chamar para a Cinelândia, mas eu já estava lá com algumas amigas em comum. Tempo depois ela apareceu com a mãe. Estávamos lá, bebendo, conversando, ela usando todo o charme mas o babaca aqui não percebeu as intenções. Em certo momento uma das nossas amigas me agarrou e ficamos. A digníssima, claro, não acreditou naquilo. Quando teve uma oportunidade, se aproximou e, finalmente, foi direta: - seu otário, vim aqui para ficar contigo e você fica com outra! Só assim a ficha caiu. Sapiente do que ela queria, demos nosso primeiro beijo na casa da mãe dela, depois que fui convidado para lá dormir (já tinhamos dado uns beijos antes numa brincadeira).

Assim fomos ficando eventualmente, escondidos. Poucas pessoas sabiam, afinal de contas ela era comprometida e não tinha intenção nenhuma em terminar. Mas com o passar do tempo o relacionamento dela foi piorando.

Numa próxima postagem contarei como começamos, efetivamente, a namorar.

******

Abaixo, mais uma mensagem de uma leitora.

Olá, acho que eu também fui um pouco lesada, pois no BLOG anterior eu já tinha lido algo paracido como minha Ex-dignissíma , mas nem assim me toquei affffffffffffffffffffffffffffffffff só agora percebi o lance, muito lerda né? rsrsrs

Bem, se conselho fosse bom não se dava, vendia né? mas tudo que li aqui nesse seu novo BLOG é bem verdadeiro e vai te ajudar bastante, sei que voce deve estar bem "perdido" isso é normal no começo, mas sei que com o tempo voce vai dar a volta por cima, voce não é o primeiro e nem será o último a terminar um relacionamento, não sei de quem partiu a ideia, mas pelo que percebi foi mais ou menos em comum acordo, isso pode até ser 1 ponto a fovor de vocês voltarem, se desejarem lógico.

Para nós leitores do seu BLOG é triste saber da separação, mas estamos aqui para te dar uma força, escrever e trabalhar é muito bom vai te ajudar nessa fase, e faça tudo que está querendo, como auto-escola , aula de dança , etc.... vai dar um up-grade na sua vida.

Estamos aqui para o que precisar e Boa sorte nessa etapa..
Bjs

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Os primeiros dias

Para uma melhor experiência, ligue o som do seu computador e aperte o play abaixo:



Tenho feito metas bem realistas para essa nova etapa da minha vida, e meta realistas nunca incluirão, jamais, em hipótese alguma, frequentar uma academia. Acho que uma das mulheres mais desejadas hoje é a Gisele Bundchen, não apenas pela beleza, mas também pela conta bancária. Casados e solteiros abririam mão de qualquer coisa para uma chance com ela (menos eu, ainda não consigo me imaginar com outra pessoa). Nem se a Gisele quisesse casar comigo e a única exigência fosse que eu passasse a me exercitar numa academia eu aceitaria, não quero mais deixar de ser eu mesmo por causa de um relacionamento. Mas exercícios estão nos meus planos.

O único espólio da separação que fiz questão foi a sesi rosa que pertencia a digníssima. Além disso, comprei uma outra bicicleta, dobrável, e tenho muitos planos para ela. Também como forma de colocar a carcaça em movimento, estou acordando mais cedo e andando uns 20 minutos para um ponto de ônibus mais distante. Não é muita coisa, mas já começo o dia com uma pequena caminhada. Nesta andança, passo sempre em frente ao antigo teatro no qual nos conhecemos (um dia eu conto). Agora é uma residência e vez por outra tem um operário trabalhando numa reforma. Sempre me estico nas pontas dos pés tentando olhar para dentro, saber como está o local no qual passei tantos momentos da minha vida. Não dá para ver muita coisa, talvez em algum dia eu peça para entrar.

Quanta a auto escola, entrei em contato com algumas da Ilha e estão todas lotadas, aulas avulssas só a partir de outubro. A Diniz nem está aceitando alunos habilitados. Acho que não tem outro jeito, vou ter que marcar as aulas com mais de um mês de antecedência. Quem está pensando num negócio no bairro me parece que os CFCs são uma boa oportunidade.

Já as aulas de dança de salão estou esperando apenas abrir a turma de sábado. Uma amiga é professora de uma academia e espero que ela seja a professora. Além de aprender a dançar, posso desabafar um pouco, já que ela também é psicóloga.

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Nos encontramos na terça. Bebemos algumas cervejas no Karekas, rimos bastante, choramos bastante, e compartilhamos o quão tem sido difícil essa separação. Mas vai dar tudo certo, o tempo está do nosso lado.

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Neste sábado haverá um churrasco na casa de amigos em comum. Não vou, ainda é muito cedo para isso, mas espero que não deixem de me convidar.

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Veja como foi minha curta experiência em academias:


PS.: ainda estou aguardando o bueiro, só espero que ele venha antes do dia 9.

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Abaixo, um dos tantos e-mails que tenho recebido dos meus queridos leitores. Obrigado pela manifestação de carinho que tenho recebido.

É isso aí, meu Jovem.

Concordo plenamente: amar menos nunca será a melhor solução... amar mais cada coisa que nos interesse, creio que seja por aí...e aí é bom ligar a antena pra não cairmos em nossas próprias armadilhas...quanto à direção em que disparamos nosso interesse... Não posso deixar de falar que curti muito suas aventuras gastronômicas com sua (ex?) Digníssima, e lamento pelo fim. Acho que a gente sempre lamenta, mesmo que não conheça a história do outro de verdade...acho que a gente lamenta pela gente mesmo, pelo que a gente sonha e perde, pelo tanto que a gente quer acreditar em si mesmo... Fica com 'A Ponte', do Mário Benedetti, pra mim funciona como um afago na alma, há muito tempo. 


A ponte

Para cruzá-la ou não cruzá-la
eis a ponte

na outra margem alguém me espera
com um pêssego e um país

trago comigo oferendas desusadas
entre elas um guarda-chuva de umbigo de madeira
um livro com os pânicos em branco
e um violão que não sei abraçar

venho com as faces da insônia
os lenços do mar e das pazes
os tímidos cartazes da dor
as liturgias do beijo e da sombra

nunca trouxe tanta coisa
nunca vim com tão pouco

eis a ponte
para cruzá-la ou não cruzá-la
e eu vou cruzar
sem prevenções

na outra margem alguém me espera
com um pêssego e um país

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Esperando um bueiro

Bueiros da Light estão jogando muita coisa para o alto ultimamente, mas o bueiro que estou esperando vai me levar para um lugar muito agradável.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

O início

Para uma melhor experiência, ligue o som do seu computador e dê o play abaixo:



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Amor é uma coisa egoista, né? Exige atenção, notícias, estar junto, sentimento de posse mesmo. Mas felizmente existem outros tipos de amor, aquele de querer bem mesmo à distância, que o outro seja feliz, tenha sucesso, progrida, e é esse tipo de amor que tenho que aprender agora, na marra, a força.

Estar ao lado dela era tudo que eu precisava para ser feliz, e isso fez com que deixasse de correr atrás de outros objetivos, deixei de me preocupar comigo, me tornei uma pessoa desinteressante para ela e, principalmente, para mim. Deixei de lado novos projetos, novas propostas, oportunidades de me tornar uma pessoa melhor. Eu não precisava destas outras coisas, já tinha tudo que necessitava para ser feliz:  ela do meu lado.

<ligar clichê>Tenho a sensação que não vou conseguir seguir em frente, que o chão se abriu e não existe mais caminho, apenas um enorme abismo. Besteira, isso faz parte da vida. Ninguém é feliz o tempo inteiro e estes obstáculos estão aí para nos tornar mais fortes.<desligar clichê>

Agora estou em outro cenário. Preciso reorganizar toda minha vida e a sensação que tenho é que terei que começar do zero. Sei que não é verdade, mas é assim que estou me sentindo. Mas a vida segue e já fiz alguns planos para essa nova etapa:

Planos para depois da separação:

Voltar para auto escola e aprender definitivamente a dirigir;
Fazer aulas de dança de salão;
Depender menos do transporte público (comprei uma bicicleta urbana dobrável);
Ler e escrever mais;
Amar menos.

Coloquei meus planos no Facebook e por incrível que pareça recebi bons comentários. Amar menos nunca vai ser a melhor solução. Preciso amar minha nova bicicleta, minhas aulas de dança e na auto escola. Preciso amar, cada dia mais e acima de tudo, a mim.

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Diante desse novo momento da minha vida, estou criando um novo blog no qual relatarei minhas desventuras em seguir com a vida. Escrever me ajuda, acabo refletindo muito e achando soluções e caminhos que nunca seriam atingidos sem o nível de concentração necessário para realizar esta tarefa.

O Falta Eu Acordar terá algumas regras:


  • Detalhes íntimos não serão revelados, visando me proteger e, principalmente, protegê-la;
  • Não relatarei meus novos relacionamentos. Assim como será muito doloroso descobrir novos casos dela, informação esta que prefiro não receber, para ela deve ser o mesmo.

O nome do blog é um trecho da música O Último Romântico. Quem já curte a página do meu outro blog (www.ilhados.com) no Facebook (www.facebook.com/ilhados) receberá automaticamente as atualizações.