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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O pior dia

Este texto foi escrito antes de voltarmos. Fica o registro.

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É isso. Depois de quase nove anos, minha digníssima e eu estamos nos separando. Apesar de ter sido de forma amigável, toda separação é difícil. Estou mais magro e sem saber o que fazer.

Escrevo estas linhas no computador do quarto que por tanto tempo compartilhamos. Para trás ficarão bons momentos e as minhas chaves na mesa cozinha.

Foram com as palavras acima que comuniquei minha separação no Facebook. Foi o pior dia, entrar no quarto onde tantos momentos vivi e colocar minhas roupas, livros e DVDs dentro de sacos. Foi foda. Deixei uma carta na cama, as chaves na mesa, dei um longo abraço na minha cunhada e saí.

As chaves estão comigo novamente, mas o resto das coisas ainda estão lá. A digníssima ficou de devolver mas ainda não o fez. Tá sendo difícil para ela também, talvez esteja esperando a poeira baixar mais um pouco para ter coragem de ir lá em casa.

Ainda temos muito amor um pelo outro, e por incrível que pareça isso só dificulta as coisas. Os gregos antigos que eram sábios (não sei como estão agora, mas se levar em conta só a economia parece que não são muito). Eles possuiam três palavras distintas para o amor: eros, philia e ágape.

Eros é o amor romântico, de natureza sexual. Philia é o amor entre amigos, família e comunidade. É desapaixonado. O ágape tem feição mais ampla, é o sentimento não carnal entre cônjuges (fonte).

A merda toda aconteceu quando nós, ocidentais, juntamos esses três sentimentos distintos num só. Este texto do Casal Sem Vergonha explica bem o que quero dizer, não fomos educados para separar amor de sexo. Regina Navarro fala a mesma coisa nesta coluna e nestas postagens. Será que é possível um casal viver feliz e junto tendo, eventualmente, outros parceiros sexuais? Minha razão diz que sim, mas na prática a teoria é diferente.

2 comentários:

  1. Passei por uma separação a pouco tb... é foda!

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  2. É foda mesmo, Andrea. O importante é não repetirmos os mesmos erros em relacionamentos futuros.

    Não acredito mais nesse amor possessivo e de exclusividade, no qual o outro tem que ser a única fonte de satisfação pessoal.

    Forte abraço.

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